segunda-feira, 15 de julho de 2013



A maluca e o covarde
                Nesses dias assisti , sei lá, pela quarta vez,  um filme que já utilizei em minhas aulas de filosofia e de sociologia. chama-se Hancock. é um daqueles filmes de super-herói só que, diferente dos outros mais comuns, o protagonista, interpretado pelo Will Smith, é uma espécie de anti herói.
                Poderia aqui falar das estratégias pedagógicas que usei pra tornar essa película popular em um valioso instrumento didático para minhas aulas, mas não! Não é isso que pretendo. Ao assistir este filme de sucesso, modesto, eu me recordei de um bordão que é um espécie de start para que todos os poderes fenomenais de heróis que são, fossem liberados. é disso que gostaria de falar.
                Pra quem não assistiu ao filme cabe uma explicação. Hancock é um cara que não recorda porque tem todos aqueles dons e só descobre quando, "por acaso", se depara com a sua milenar companheira. Mulher que sempre amou mas que, por uma explicação profundamente simbólica , quando estão juntos vão perdendo os poderes de semi deuses até que se transformam em mortais. É uma terrível metáfora sobre as características dolorosas, que tanto nos atemorizam, e sofríveis do amor, do grande, derradeiro e implacável amor.
                 Mas voltando à explicação do bordão, quando alguém chama nosso Herói de covarde... ah!... ele vira bicho. E com um tom que nos remete às nossas infâncias "faroestiânicas" ou "shaolílicas" quando algum menino que gostaria de testar a sua masculinidade, provocava: "ih alá!... covarde..." Isso soava como: ou você parte pra porrada ou então assumia sua incapacidade de expressar classicamente seus dotes de homem. (rs ... era desse jeito) mas a coisa nova para mim no filme era que havia uma correspondência feminina para tal start. quando nossa Heroína era chamada de maluca... ah... "a porca torcia o rabo!". Essa era uma deixa pra que ela liberasse todo o seu poder contra o homem que mais amava.
                achei esse detalhe, que soa mais como um bordão engraçado, a coisa mais significativa do filme. Pensei cá comigo (...) e não é que é verdade?! Nós, homens, quanto mais desejamos provar que somos machos alfas, mais nos lançamos nas aventuras perigosas das bravatas corajosas diante  de nossos opositores. No fundo, lá no fundo nós somos um montão de covardes tentando nos vencer nesse medo de nos prostrar à condição de nossas fraquezas humanas. Para entrar no hall divino, onde poderíamos ser aceitos, ou escolhidos, acreditamos que em primeiríssimo lugar temos de ter coragem.
                E a mulher? (...?...) Cresci acreditando no conceito moderno de igualdade e acabei me adestrando a amortizar as diferenças entre homens e mulheres. Isso me levou a equívocos risíveis como a infantil ideia de que nós homens só seríamos bons amantes se na hora da cama ficássemos a disposição de seus gozos pra que só depois víssemos o "nosso lado" aos poucos, no encaixe da vida íntima pude me deparar com o "gozo" maior de uma mulher que se delicia ao ver seu homem se lambuzar frenético sem técnicas kamasútricas. apenas um homem feliz por ter uma fêmea que o satisfaz ah como é bom ver os olhinhos superiores de uma mulher, brilharem por verem que o seu macho não conseguiu se controlar diante de tanta gostosura que ela representa. As vezes digo que saí do armário depois de ter experimentado tal assunção da minha condição masculina.
                Véi! Vai entender mulher! É mesmo difícil! Acho que agora entendo o que me levou a me sentir tão atraído pela psiquiatria e pela psicologia. No fundo acho que isso era parte de minha profunda vontade de entender as mulheres. Epa! "Eureka!" É o que me ocorreu quando vi que a correspondência do bordão usado por Hancock que era: " me chama de novo de covarde" e na sua mulher era: "me chama de novo de maluca". Pronto! Lançara-se sobre mim uma luz acerca do que seriam as mulheres. Recorri logo a uma das ptonisas mais importantes na tradução da alma feminina que é a Martha Medeiros, adoro lê-la pois que tal fato me permite ler melhor as mulheres. E estava lá nas palavras da minha guru "Toda mulher é doida" Esta num status do facebook da Martinha. Me lembrei de uma outra tradutora credenciada pela alma feminina que é a Grande e maravilhosa compositora Fátima Guedes. Ela tem uma novíssima e maravilhosa canção que tive a honra de ouvir de sua própria boca " Toda mulher é maluca".
                 Aliviei as tensões de pobre homem em busca dos potes de ouro além do arco-íris e aceitei a minha simples condição humana. Sou apenas um homem, com medos, dúvidas e incertezas, Pronto pra tentar impressionar as mulheres como um cavaleiro com sua espada contra os dragões e agora sim mais confiante por saber o que sou ao me deparar com o que vocês, mulheres são. Vocês são... lindas... vocês são gostosas... são... meigas... são...
                É... (...) acho que não tenho coragem de dizer!

Ricardo Le Duque


15/07/2013 as  15:05

domingo, 7 de julho de 2013

Desertos - Ricardo Le Duque, Nando Pina e Paulo Razek

Canta Mari Mari Tiscate

Álbum Canto Camaleônico - 2013